sábado, 13 de setembro de 2008

O Cinema e a Música - Parte I



Quantos musicais você conhece? Provavelmente dá para contar nos dedos da mão, certo? E mais provavelmente ainda dá pra contar nos dedos de uma mão só. São pouco conhecidos, pouco divulgados, mas isso apenas nessa nossa 'era moderna'. Há alguns anos atrás, o gênero musical cinematográfico era um dos maiores filões dos estúdios.

O maior expoente de uma fase áurea desse tipo de filme, nas primeiras décadas do cinema a cores, é Cantando na Chuva, com Gene Kelly. A cena em que ele canta e dança com seu guarda-chuvas a música-tema do filme está na História do cinema. Mas você, caro leitor, já parou para pensar que Singin' in The Rain é um marco na história da música? Vendeu horrores, e até hoje é lembrada. Mas não como música, isoladamente. Mas sim pela seqüencia acoplada a cena do filme.

Mais à frente, nos anos 70, temos, entre outros famosos musicais, as famosas 'óperas-rock', e o maior representante desse gênero na sétima arte foi Tommy. Dirigido por Ken Russell, o filme é baseado na música do mesmo nome, do grupo The Who. É uma época de grandes transformações no imaginário cultural no mundo todo, e tanto na tela grande quanto no toca-discos conseguiram captar a essência de toda aquela efervecência à flor da pele. Era a época do 'glam', do ousado, como David Bowie, Queen, entre outros. No cinema, filmes como o já citado Tommy, Woodstock - O Filme, e o maior clássico da época: Os Embalos de Sábado a Noite, que pertence a metade final da década, e que trouxe o aure à era disco e a (praticamente) descoberta de Bee Gees, Gloria Gaynor, ABBA e outros.

Nos anos 80, os filmes musicais saíram de cena, praticamente deixando de ser produzidos. Vieram então as trilhas sonoras, dando ênfase a uma determinada canção de um filme. Bons exemplos estão em Ghostbusters, de Ray Parker Jr., trilha do filme Os Caça-Fantasmas; Glory of Love, do grupo Chicago, tema de Karatê Kid; La Bamba, de Ritchie Valens, do filme La Bamba... entre tantos outros, isso sem contar as trilhas propriamente ditas, de maestros como John Williams, Jerry Goldsmith, e o aparecimento de novos nomes como os de Danny Elfman, Randy Newman, James Newton Howard, etc.

Os anos 90 continuaram no mesmo caminho, tendo em trilhas como a de Ghost - Do Outro Lado da Vida (Unchained Melody, canção que se tornou imortal com The Righteous Brothers), Titanic (My Heart Will Go On, de Céline Dion), O Sonho Não Acabou (That Thing You Do, do The Wonders), e nas composições orquestradas em filmes como Amistad, Forrest Gump, entre outros, o maior expoente musical dentro di cinema. Isso até a chegada de Moulin Rouge - Amor em Vermelho, filme dirigido com maestria por Baz Luhrmann com Nicole Kidman e Ewan McGregor no elenco. Esse filme trouxe de volta, por um breve momento, uma certa fase nostálgica quanto aos musicais, tendo músicas memoráveis como A Fool to Believe, Come What May, entre outros. Nessa fase, o auge veio com o musical Chicago, que em 2002 arrebatou 5 prêmios Oscar, incluindo o de Melhor Filme. Dirigido por Rob Marshall e tendo como protagonistas Renèe Zellwegger, Catheine Zeta-Jones, Richard Gere, a canção-tema I Move On é considerada um marco desse estilo, alçando o filme para o status de obra indispensável, e o CD com sua trilha sendo obrigatório para qualquer amante de música.

Hoje em dia, o gênero novamente saiu de moda, dando-se mais importância às músicas que compõem a trilha sonora. Mas o mais importante é constatar que a magia do cinema não funciona sem uma trilha adequada, que nos transporte para a emoção das cenas, e para que nós possamos nos divertir e nos deleitar com as jóias que sempre aparecem desse gênero.

9 comentários:

Miriam disse...

Nossa, que texto show!!!!! Fiquei admirada, você fez um histórico dos musicais e das trilhs sonoras. Ótima resenha.

Anônimo disse...

A música é fator essêncial em todos os filmes. Os filmes de Hitchcock teriam sido tão tensos?? Não. Lost seria tão emocionante?? Com certeza não. E são cada compositores brilhantes! Já musicais eu adoro. Uma arte rara sendo revivida por Hollywood de uma forma bem agradável.

Ciao!

Gustavo H.R. disse...

Que bela recapitulação da trajetória dos principais musicais que marcaram-nos após a segunda metade do século XX. São tantas trilhas inesquecíveis... Acho que a música é elemento poderosíssimo para acompanhar as imagens, embora haja aqueles cineastas que tenham certas reservas a ela.
Mas tem razão, na prática, considerando-se a quantidade de exemplares do gênero, não vi muitos.

Mathews disse...

você não me avisou que postou, mas tudo bem ._.
e eu queri ver mamma mia *-*

Romulo Perrone disse...

Ainda bem q hj em dia os musicais nao sao pouco conhecidos e divulgados, eu detesto musicais...hehehe.
Mas realmente a musica (trilha sonora) é um fator essêncial no filme.

Muito bom o texto!

abraços

Miriam disse...

Luiz Henrique tem um MEME para você lá no meu blog.
Apareça, beijos.

Pedro Henrique Gomes disse...

Eu adoro trilhas sonoras mas não sou muito de musicais. E acho Chicago muito fraco.

Abraço!!

Unknown disse...

Vide a trilha de Psicose... É o exemplo perfeito do impacto da música na imagem.

Abs!

Anônimo disse...

Tenho grande afeto pelos musicais e foi ao assistir clássicos do gênero como "Cantando na Chuva" e "A Noviça Rebelde" que me apaixonei, apesar desta paixão ser criada inicialmente quando vi "Chicago". É verdade que nem tudo criado hoje em dia tem a mesma magia apresentada no passado, mas, na minha opinião, filmes recentes como "Dreamgirls" e "Hairspray" mantêm um pouco a qualidade, fazendo com que os musicais permanesçam em progresso e em moda.

E se os musicais tem como mérito os diálogos cantados, existem milhares de filmes que com uma música instrumental bem composta conseguem alimentar um longa com mais vida.

Abraços!