sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Crônica Sentimental sobre Wall-E




Antes de começar o texto de hoje, eu peço para que percebam que agora esse blog tem um "header" (será que é assim que se escreve?) novinho. Foi obra do Mathews, que fez esse layout pra mim visto que eu estava usando aquele preto-básico que o Blogspot fornece. E é interessante que os filmes que estão na imagem são dos meus preferidos, incluindo os dois principais e essenciais. Um doce pra quem adivinhar quais são.

Mas então, ao texto. Como já deve ter virado uma rotina, eu escrevo mais sobre as memórias que algum filme evoca na minha cabeça, ou seja, sou um saudosista de primeira grandeza. E sou mesmo. Somente duas coisas fazem acender lembranças fortes no ser humano: a música e o cinema. Todo mundo tem o filme marcante, a música que lembra determinada época da vida, não é mesmo?

E eu queria falar de muitos filmes e até de algumas músicas. Mas não vou fazer isso porque ninguém teria paciência para ler uma lista com dezenas de filmes e mais algumas dezenas de músicas, tudo comentado. E para não parecer um antigão, daqueles que vivem presos ao passado, vou (tentar) escrever sobre as impressões que um certo filme novo me deu, mas que eu tenho a mais absoluta certeza de que vai ficar em mim pro resto dessa minha vida besta.

Trata-se do filme vencedor do Oscar de Melhor Animação em 2009, Wall-E.

Aí você, que me lê, estranha: como é que esse cara já vai anunciando o vencedor da categoria do ano que vem? Simples: é porque não há concorrência. Aliás, desde Procurando Nemo não se tinha tanta certeza da vitória de um filme nessa categoria, nem mesmo Ratatouille era tão garantido. É porque Wall-E é um clássico instantâneo. Coincidência (ou não), o diretor é Andrew Stanton, o mesmo que emocionou o mundo usando apenas um peixe ranzinza e uma "peixa" com perda de memória recente.

O robozinho, que foi deixado para limpar a Terra depois dos humanos terem deixado o planeta na mais absurda inutilidade, é talvez um dos personagens mais carismáticos que já apareceu nas telas do cinema. E nem precisa de linhas de diálogo - que fantástico! Sua expressão, o olhar que evoca uma ternura daquelas que os gatos dão na gente (será que estou me fazendo entender?) responde muito mais do que centenas de diálogos escrachados de um personagem de Shrek. É simplesmente perfeito, é dificil de botar em palavras o que dizer de Wall-E. Nem meu cachorro, Alonzo (um daschund daqueles de deixar qualquer um de queixo caído, modéstia à parte) é tão fofo e terno como ele. E isso já ganha metade do filme.

A outra está ganha no enredo: o filme tem a mensagem ecologicamente correta sem ser piegas ou demagógica, está tudo ali implícito, não precisa vir nenhuma personagem dizer "Olha o que vocês fizeram com esse planeta tão lindo...". A solidão, a devastação que as imagens do filme causam impacto por si só. Impossível não se comover. E se não bastasse, aparece Eva, a "robozinha" por quem Wall-E se apaixona e que, juntos, tem as melhores cenas, das tentativas de namoro dos dois. Fantástico.

Como se vê, não estou conseguindo economizar adjetivos e nem pautar meu texto numa ordem racional, é bem guiado pelo que eu sinto mesmo, diferente dos outros, mais "cabeça". É que, quando se mexe na emoção, a gente perde o controle da situação, cai aquela barreira que nos impede de parecer um cantor de bolero. Assumo. Mas é que eu tenho a mais absoluta certeza de que a Pixar não consegue fazer algo melhor que isso, e que vai ter muito mais do que uma indicação ao Oscar de Animação. Que nada. Muito mais. Pra mim, vai ter indicação a Filme, igualando o bom A Bela e a Fera, de 1992. É um filme belo e poético demais para ficar de fora.

E, como eu havia dito no começo desse texto meio sem pé nem cabeça dessa semana, quando meus filhos e netos me perguntarem o que é que eu estava fazendo em 2008, do que mais me lembro dessa época, eu certamente irei dizer: "Ah, tava passando um desenho tão legal no cinema... vocês precisam ver, é um filme que conta a história de um robozinho que..." e assim por diante. Só desejo que as crianças do futuro saibam aproveitar bem dessa obra-prima e aprender com ela, assim como nós, incautos humanos atuais, também podemos aprender. Até mesmo aprender a amar, como Wall-E e Eve.

11 comentários:

Renato disse...

você esqueceu de comentar que o filme faz uma crítica não só ambiental, mas também de filosofia de vida.
tipo, o filme consegue criticar a própria disney! (de um jeito indireto, mas critica).

e eu também acho que esse ano (que é ano que vem), teremos uma animação concorrendo a melhor filme. esse foi o comentário assim que o filme acabou ha/

Renato disse...

esse foi o meu comentário assim que o filme acabou*

Mathews disse...

eu não vi wall-e ._.

Miriam disse...

Obrigada pela visita, e agradeço por merecer estar entre os seus blogs parceiros. Você também já está linkado no meu. Quanto à animação, eu adorei. Achei muito criativo, quando levei minha filhinha ao cinema para ver o desenho não achei que eu iria me divertir. Valeu a pena!
Beijos.

Rodrigo Fernandes disse...

Luiz, obrigado por ter curtido o meu blof... esteja a vontade para comparecer sempre por lá.. tu só me pegou numa fase meio corrida.. quase não o atualizo... mas sempre to de olho;;rs
Cra, qto a Wall.E... acho que tbm foi a melhor coisa que jpa vi nos cinemas nesse ano... essa animação é perfeita... até fica dificil de colcoar em palavras o que é Wall.E.. mas tu definiu bem no seu texto e ainda finalizou com algo que realmente deveriamos fazer para futuras gerações tbm se encantarem com essa produção...
abraços!!!

Pedro Henrique Gomes disse...

Putz!Eu ainda não vi Wall-E.

Abraço!

Anônimo disse...

Maravilhosa crítica (ou saudação) para um maravilhoso filme. Luiz, quando amo um filme sou igual à você, fico todo apaixonado e saudosista na minha resenha. Wall-E é minha animação preferida de todos os tempos. Fantástica.

Ciao!

Unknown disse...

Todo mundo fala de Wall-E como um filme adulto. Fico pensando nas criancinhas que foram ao cinema ávidas por risos e saíram de lá meio cabisbaixas... rs...

Abs!

Romulo Perrone disse...

Ainda não vi esse filme pois não me interessei. Porém só leio criticas boas sobre ele e isso tem me dado curiosidade.

Abraços.

Cine Ôba! disse...

Ótima crítica. Vi o filme e concordo com os seus apontamentos. Todavia, qdo sai do cinema pensei: humm...esse robozinho tem mais esperanças que eu com relação a humanidade.^^
Mob Cranb

Anônimo disse...

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